Amamentar sem constrangimento

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160718 foto amamentarO leite materno, em razão de todos os benefícios que proporciona, já esta comprovado por especialistas ser o melhor alimento que as mães podem oferecer os seus filhos. O difícil é entender porque membros e segmentos da sociedade não acham normal a amamentação em locais em públicos. No último domingo (17), dezenas de mulheres participaram de um “mamaço” na praça de alimentação de um shopping de Lages, na Serra catarinense. A manifestação foi convocada pelo grupo Mães in Verso, depois que uma mulher sofreu constrangimento ao ser abordada por um segurança do local enquanto amamentava a filha.
No dia 10 de julho, lana Marin Suppi amamentava a filha na praça de alimentação do Lages Garden Shopping, enquanto também se alimentava com um suco, quando foi repreendida por um segurança. A mãe conta que o funcionário pediu que elas fossem até o fraldário localizado nos banheiros do estabelecimento, que ela considera um local impróprio para o aleitamento materno. Iana postou a ação preconceituosa numa rede social e a mensagem, além de ter mais de 300 compartilhamentos em apenas um dia, fez com que o grupo de mulheres chamado Mães in Verso, organizasse o  mamaço no próprio shopping.
Segundo uma pesquisa realizada ano passado pela Lansinoh Laboratórios, das 13.348 brasileiras entrevistadas, 98% concordam que amamentar é a melhor forma de nutrir o bebê. O estudo apontou que para 64% das mães e gestantes do nosso país é perfeitamente natural a amamentação em público. Entretanto 47,5% das entrevistadas relataram que já sofreram preconceito pela ação.
De acordo com os dados apurados em 2015, a polêmica sobre a questão de amamentar em público ainda é apontada como um dos grandes desafios com os quais as mães se deparam durante a fase da lactação. Os locais mais difíceis que as entrevistadas já tiveram que alimentar seus bebês incluem: viagens de ônibus, carro, avião ou trem (30,6% na média global; 28,3% no Brasil); ao fazer compras no mercado ou no shopping (26,8% na média global; 23,8% no Brasil); e em restaurantes ou cafés (4,8% na média global; 9,1% no Brasil).
O Brasil infelizmente está no topo entre os países que mais censuram a mulher durante esse momento que estreita o vínculo entre mãe e filho – a média global é de apenas 18,1%. Também fizeram parte da pesquisa França, Alemanha, Colômbia, México, Turquia, Canadá, Estados Unidos, Reino Unido e China.
Na Câmara dos Deputados há dois projetos de lei em tramitação para estender a todo o país o direito de amamentar em público sem constrangimento. O projeto 1295/2015, de autoria da deputada Maria do Rosário (PT-RS) propõe a alteração do decreto-lei 3.688, de 1941, para estabelecer como contravenção penal importunar, impedir, obstar, constranger ou atrapalhar o aleitamento materno em locais públicos ou privados. Mas desde 29 de junho do ano passado está sob análise da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC) e não há prazo para ir à votação.
Outro projeto, PL 1909/2011, de autoria do deputado Carlos Bezerra (PMDB-MT), propõe acrescentar ao Estatuto da Criança e do Adolescente a tipificação do ato de atrapalhar ou constranger o aleitamento materno. Além disso, prevê detenção de um a dois anos e multa para quem descumprisse a determinação. A matéria está desde 29 de janeiro deste ano em análise da CCJC, também sem data para ser votada.
Rio de Janeiro e São Paulo, além de Santa Catarina, e capitais como Rio de Janeiro, São Paulo e Belo Horizonte também aprovaram lei garantindo o direito de amamentar em público.

 

Por: Ana Paula Moresche 

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