Mulheres brasileiras negras cineastas

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Sofia Torre, Andrea, Adélia, Sabrina e  Nina no CCBB do Rio Foto:  Ana Paula Moresche
Sofia Torre, Andrea, Adélia, Sabrina e  Nina no CCBB do Rio
Foto: Ana Paula Moresche

O Posicionamento da Mulher Negra no Mercado Audiovisual foi o tema discutido pelas cineastas brasileiras Adélia Sampaio e Sabrina Fidalgo no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro, na última segunda-feira (26). A conversa fez parte da programação da mostra “Mulheres em Cena”, que reúne filmes premiados de grandes diretoras latino-americanas contemporâneas e ciclo de debates com profissionais do segmento.
Aos 73 anos, a mineira Adélia Sampaio fez história no cinema nacional, como a primeira mulher negra a dirigir um longa-metragem no Brasil – Amor Maldito, lançado em 1984.  Filha de empregada doméstica descobriu ainda jovem que queria fazer cinema, mesmo sabendo que é uma arte de branco e elitista. “Tudo que sei aprendi na prática e na marra. Trabalhei como diretora de produção de muitos longas-metragens com diversos diretores e essa foi a minha escola”, disse. Com foco nas relações humanas em suas produções, Adélia destacou que a mulher está sempre lutando para se firmar e ressaltou que na época pós Collor foram as mulheres que retomaram o cinema, citando Carla Camurati com Carlota Joaquina e Norma Bengell com Pagú e Pequeno Dicionário Amoroso.
A carioca negra Sabrina Fidalgo, filha do dramaturgo Ubirajara Fidalgo e da figurinista Alzira Fidalgo, é diretora, roteirista, produtora e artista visual. Com 36 anos, possui na bagagem cinco curtas-metragens, um documentário e vários videoclipes, sendo que seus filmes já participaram de mais de 50 festivais pelo mundo. “Somos artistas e afirmo que a arte é livre. No Brasil, onde a massa da população é negra, acho estranho ter que falar sempre sobre preconceito e racismo. Quero fazer comédia, ficção-científica, suspense e romance. Não aceito amarras. Somos artistas e podemos falar sobre o que a gente quiser”, alegou. O debate teve como mediadora Nina Tedesco, que é fundadora do cineclube Quase Catálogo e professora da Universidade Federal Fluminense.
Produzido por Andrea Armentano e Sofia Torre, a mostra “Mulheres em Cena” agrupa filmes do Brasil, Chile, Argentina, Venezuela, Peru e Paraguai, além de debates com as diretoras Tata Amaral, Laís Bodanzky, Lúcia Murat, Lucrecia Martel, Mariana Rondón, Marialy Rivas, Paz Encina e convidadas do meio cinematográfico nacional. O evento acontece simultaneamente desde o dia 21 no Rio e em São Paulo, sendo que para os cariocas será encerrado na próxima segunda-feira (3).  Segundo as curadoras, o evento, além de promover um intercâmbio cultural entre os países latino-americanos, traz o cinema sob a perspectiva do olhar feminino.
E é com esse olhar feminino, que a mulher deve seguir em frente, afinal lugar de mulher é onde ela quiser.
CCBB Rio fica na Rua Primeiro de Março, 66 – Centro
O ingresso para ver os filmes custa R$ 10 (inteira) e gratuito para participar dos debates.
por Ana Paula Moresche (amoresche@gmailcom)

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