Segurança em Foco – 02/02

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“Minha ideia é ajustar-se às medidas de segurança e não escravizar-se à elas”

Após a postagem da última semana dois leitores me escreveram, perguntando basicamente a mesma coisa. Um deles foi até bastante incisivo ao dizer: “Ora, isso é uma loucura! A partir de agora então eu devo começar a viver de uma forma neurótica?” Claro que não! Se o leitor conseguiu viver boa parte de sua vida simplesmente ignorando esses conselhos, agora, com tais conhecimentos, espero que ele, inteligentemente, vá apenas ajustar sua vida e o seu jeito aos procedimentos que visam melhorar sua proteção. Em última instância, proporcionar a si próprio uma vida o mais livre possível de certos contratempos, que enchem a página policial dos jornais.
Minha idéia é ajustar-se às medidas de segurança e não escravizar-se à elas. Quantas coisas que, sabemos, são benéficas para nós e não as adotamos em nossas vidas? O desejo deste colunista é apenas o de aconselhar e de tornar as pessoas menos suscetíveis às situações adversas. A idéia é conscientizar e fazer com que as pessoas, empregando todo o seu senso crítico, possam realmente pensar na atitude mais adequada a tomar, considerando, é claro, as suas próprias características como personalidade, valores, aptidões, compleição, força ou condicionamento físico etc.
A capacidade de percepção da cena e raciocínio do leitor são primordiais na medida que uma situação não é igual a outra. As ocorrências, mesmo que parecidas, variam de caso a caso e é impossível prevê-las em todas as suas variáveis. Se uma particularidade ou detalhe de uma ocorrência que se possa usar como exemplo, não se repetir da mesma forma na situação em que você estiver envolvido, isso pode mudar tudo e suscitar, de sua parte, um procedimento completamente diferente.
Daí afirmo que não existem “receitas de bolo em segurança”; não perceber a importância de um detalhe (um segundo assaltante armado dando cobertura do outro lado, por ex.) ou uma outra variação determinante de uma situação pode por tudo a perder. É aí com certeza deverá atuar o discernimento do leitor.
Evite a rotina e não seja previsível. Quem quer que, todo dia faça tudo, sempre de uma mesma forma, disciplinada e sistematicamente, concentra as características de um potencial alvo mais fácil, demandando muito mais cuidados de segurança. Varie sempre os horários e os itinerários de seus deslocamentos. Mapeie a maior quantidade possível de itinerários e adote-os aleatoriamente. Procure não divulgar informações sobre sua vida, agenda, suas viagens, itinerários ou deslocamentos. Verifique quem realmente tem necessidade de saber do quê, obedecendo a um princípio de compartimentação de informações. Só comente com os outros aquilo que seja estritamente necessário. Evite sempre dar informações exatas sobre seus movimentos e os de seus familiares; sempre que possível modifique-as na última hora.
Quem quer que, como na música do Chico Buarque, “todo dia faz tudo sempre igual”, está a um passo de virar alvo de uma ação criminosa.

 

VINICIUS DOMINGUES CAVALCANTE, CPP, o autor, Consultor em Segurança, Diretor da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança – ABSEG – no Rio de Janeiro e membro do Conselho Empresarial de Segurança Pública da Associação Comercial do Rio de Janeiro. E-mail: vdcsecurity@hotmail.com

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