Como levar vantagem sobre os criminosos
Acredito que, para levar vantagem sobre os criminosos você deva mudar sua maneira de pensar e a primeira coisa a fazer é despir-se de seus preconceitos. Preconceitos são ideias que trazemos conosco como corretas ou verdadeiras, e que acabam por nos induzir ao erro em algum momento de decisão. No campo da segurança poderíamos listar diversos preconceitos, os quais vez por outra insistem em nos vir a mente. Invariavelmente, quando fala ou pensa em segurança, alguém já usou alguma dessas expressões aqui: “Isso jamais aconteceu aqui!” “Isso é coisa que, normalmente, não acontece no Brasil!” “A essa hora e com esse tempo horrível, ninguém seria maluco de vir nos importunar…” “Eu acho que ninguém seria louco ou ousado o bastante para fazer isso!” “Ah, pode ficar tranquilo, hoje até os bandidos estão ligados nesse jogo da decisão…” “Aqui nós não precisamos nos preocupar pois não há nada para ser roubado ou furtado!” “Nós nunca vamos ser alvo disso!” “Aqui “o bicho não pega” pois estamos colados com a delegacia ou o batalhão da polícia!” “Não se preocupe pois a viatura policial faz ponto aqui na frente!…” “Aqui é um local seguro, inacessível e bem guardado, não precisamos temer!” “Trata-se de uma pessoa da minha mais inteira confiança!” “Ah, é um senhor de idade, imagina se ele seria capaz disso!?” “Ah, é apenas uma criança (ou um velho, ou uma mulher, ou um mendigo) inofensiva!” “Aquele senhor distinto vestido de branco, vê-se que é médico!” “Só de olhar, vê-se logo que o homem ou a mulher não estão armados!” Esteja certo de que todas essas frases traduzem condições absolutamente ilusórias e que acreditar nelas pode ser o caminho mais rápido para – quer na vida pessoal ou profissional – tornar-se mais uma vítima numa ação da criminalidade.
Ter na mente o estereótipo da figura de um criminoso é algo extremamente errado. Embora este tipo de bandido ainda assalte no sinal e na via pública com algum sucesso, o jovem sujo, de bermudas, camiseta e chinelos, não é o único adversário com o qual podemos nos deparar nas ruas das grandes cidades. Grandes quadrilhas especializadas em roubo de residência e sequestros vem sendo integradas por jovens de classe média, de aparência bem cuidada, praticantes de musculação e artes marciais, sempre trajados com roupas de grifes da moda.
Mulheres novas, belas e bem vestidas também atuam a serviço do crime, tanto como “chamarizes” (para distrair a atenção) quanto nas ações diretas de captura e abordagem com armas. Procure estudar a segurança de seus ambientes. Pense: “O que pode ocorrer aqui neste local que ameace a minha segurança?”. Você poderá listar riscos como roubos, furtos, agressões, acidentes, sabotagens entre outros. Depois pergunte-se: “De quantas formas se pode roubar aqui?”; “O quê posso fazer para prevenir tais hipóteses?” “O quê devo mudar nos meus hábitos cotidianos?” “O quê devo fazer para robustecer a segurança desse local?”.
Na dúvida, converse com amigos e consulte profissionais experimentados e confiáveis a fim de avaliar os riscos de segurança nessas áreas, sugerirem medidas que desencorajem a ação de criminosos ou que, em caso extremo, permitam enfrentá-los com maiores chances de êxito. Pense sempre antes!!!
VINICIUS DOMINGUES CAVALCANTE, CPP, o autor, Consultor em Segurança, Diretor da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança – ABSEG – no Rio de Janeiro e membro do Conselho Empresarial de Segurança Pública da Associação Comercial do Rio de Janeiro. E-mail: vdcsecurity@hotmail.com