Segurança em Foco, por Vinicius Cavalcante – 24/03

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Tomada de reféns em ônibus
Hoje, eu iria continuar a abordar a questão da segurança eletrônica nas residências, mas como surgiu um fato relevante na mídia, acho que vale à pena comentá-la. Depois retomamos a questão da segurança residencial. Dentre as diferentes situações de tomada de reféns, certamente a mais comum tem a ver com o criminoso que se vê frustrado quando de um assalto e faz reféns para tentar negociar sua fuga. Toda vez que repercute na mídia uma ocorrência de tomada de refém ou assalto no interior de um coletivo, vem à baila a discussão de como fazer para se coibir essa modalidade de crime.
E, agora no Whatsapp virou moda a imagem de um ônibus sugerindo mais uma lei ineficaz. Desculpem-me, mas não colocar letreiro de ônibus sendo assaltado, pois não vai funcionar! O motorista não vai tomar qualquer tipo de providência se ele não tiver segurança para isso. Ele está no ônibus ao alcance dos bandidos e por isso não há garantia sequer de que ele vá acionar um equipamento de pânico silencioso para avisar de que há uma emergência acontecendo. Aqui, os caras não tem sequer o cuidado de esconder o rosto e olham para a câmera que fica em cima do motorista, cobrindo o acesso da porta, sem qualquer preocupação.
A gente não precisa reinventar a roda, pois a melhor solução para o gerenciamento desse tipo de ocorrência já foi pensada e está em uso na Grã-Bretanha. Em Londres, o motorista do ônibus fica isolado, num compartimento, protegido de um ataque com arma curta ou faca, por um painel de um acrílico especial, à prova de balas. Vale lembrar que na Grã-Bretanha as armas curtas são proibidas para o cidadão e que, além das forças de segurança, só os bandidos a possuem (e pensam bem antes de empregá-las, pois a cana, lá, é duríssima). O motorista, isolado em sua posição e inatingível pelo bandido comum, tem visualização daquilo que acontece no interior do veículo pelas câmeras de cftv que monitoram o interior do carro.
Se ocorre algum problema ele utiliza a conexão permanente com o centro de monitoramento de tráfego e emite um sinal de emergência que avisa a polícia da existência de uma emergência, tranca as portas do veículo e se dirige para um local onde possa ser socorrido pelas forças de segurança. O mesmo sistema que dá a posição dos ônibus, que avisa da parada e do tempo entre um veículo e outro, permite a comunicação da emergência para o Centro de Monitoramento em tempo real, acho até que, inclusive, retransmitindo a imagem do interior do ônibus. O incidente fica assim melhor controlado e o motorista só tem a liberdade de agir assim pelo fato de que sabe que não poderá ser atingido por eventuais tiros do bandido.
Além do mais, o criminoso sabe que não terá como fugir e que, uma vez cercado, acabará tendo de se render ou vai morrer nas mãos das forças de segurança. Resalte-se que lá, se o sujeito for apanhado num crime assim, mesmo que seja com uma faca, não vai sair em poucos meses para voltar a delinqüir. Essa facilidade para reincidência, infelizmente é coisa típica do Brasil… Se adotássemos essas medidas, ainda iriam acontecer uns incidentes, mas certamente seriam muito poucos e praticamente cessaríamos com essa modalidade de crime no interior de coletivos. Se não garantirmos ao motorista o isolamento e blindagem que assegure a sua integridade física necessária para tomar uma providência, a coisa vai continuar sem controle, se repetindo e todo mundo discutindo como faremos para coibir…
VINICIUS DOMINGUES CAVALCANTE, CPP, o autor, Consultor em Segurança, Diretor da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança – ABSEG – no Rio de Janeiro e membro do Conselho Empresarial de Segurança Pública da Associação Comercial do Rio de Janeiro. E-mail: vdcsecurity@hotmail.com

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