Violência doméstica: sem fronteira ou classe social

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160704 questao de generoMais um caso de violência doméstica entre famosos ganhou destaque nos últimos dias, provando que a agressão contra a mulher é um problema estrutural e que independentemente de classe, raça ou orientação sexual pode acontecer em qualquer lugar. Desta vez é a atriz e ex-modelo, Luiza Brunet, quem acusa o ex-companheiro, Lírio Albino Parisotto, de espancamento. O fato ocorreu em Nova York e teria resultado em quatro costelas quebradas e um hematoma no olho roxo. A queixa foi registrada no Ministério Público de São Paulo.

Os casos de agressões contra a mulher no Brasil são bem mais comuns do que se imagina. De acordo com a pesquisa Mulheres Brasileiras nos Espaços Públicos e Privados, divulgada pela Fundação Perseu Abramo em 2010, cerca de cinco mulheres são espancadas a cada dois minutos, sendo o parceiro responsável por mais de 80% dos casos relatados.

Entre 2009 e 2011, o Brasil registrou 16,9 mil feminicídios (mortes de mulheres por conflito de gênero). Esse número indica uma taxa de 5,8 casos para cada grupo de 100 mil mulheres. Aproximadamente 40% de todos os homicídios de mulheres no mundo são cometidos por um parceiro íntimo.

Na pesquisa do Senado brasileiro divulgada ano passado estima que mais de 13,5 milhões de mulheres já tenham sofrido algum tipo de agressão. Esse número equivale a 19% da população feminina com 16 anos ou mais. Das que sofreram violência, 31% ainda precisam conviver com o agressor. E pior: das que convivem com o agressor, 14% continuam sofrendo violência.

Outros dados revelam que 77% das mulheres que relatam viver em situação de violência sofrem agressões semanal ou diariamente. E 82,5% das mulheres relataram que elas são praticadas por homens com quem mantêm ou mantiveram algum vínculo afetivo.

Para quem acha que a violência contra a mulher é coisa do passado, saiba que: de 3 em cada 5 mulheres jovens, entre 16 e 24 anos, já sofreram violência em relacionamentos amorosos. O estudo revelou que , embora apenas 8% das mulheres admitam espontaneamente já terem sofrido violência do parceiro, 66% das mulheres afirmaram ter sido alvo de alguma das ações citadas no questionário – entre as violências, constavam: xingar, empurrar, agredir com palavras, dar tapa, dar soco, impedir de sair de casa e obrigar a fazer sexo.

Em levantamento realizado pela Central de Atendimento à Mulher (Disque 180), ficou constatado que as crianças estão diretamente envolvidas nos casos de violência doméstica. Dentre as vítimas ouvidas em 2014, 80% tinham filhos. Só que 64,35% presenciaram a violência e 18,74% eram vítimas diretas junto com as mães.

Mas do que nunca é preciso romper com o silencio. Luiza Brunet foi um exemplo de força e coragem, pois denunciou seu companheiro, rompendo todas as barreiras que esse ato envolve.
Por Ana Paula Moresche

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