Por Marcus Lauria (texto e fotos)
Primeiro avaliamos o hatch por uma semana e desta vez é a hora do sedã. Estou falando do Hyundai HB20S 2023 que logo chegou para o nosso crivo de testes. A versão com porta-malas maior acabou tendo suas vendas antecipadas onde foram abertas as reservas do sedã compacto da marca sul-coreana.
Os preços estão entre R$ 85.890 e R$ 123.790, sendo oferecido em cinco configurações. Avaliei por uma semana a versão topo de linha Platinum Plus que usa o mesmo motor 1.0 turbo do hatch. Aproveitando da mesma identidade que estreou no HB20 hatch em julho, além do novo design o sedã ganha mais equipamentos como painel de instrumentos digital e abertura do porta-malas por aproximação.

Por fora destacam-se na frente um esquema de grade dupla. A passagem de ar maior fica no para-choque e tem um formato hexagonal, enquanto a superior é retangular e vai até os faróis. O conjunto ótico traz iluminação diurna de série adotando LED na versão avaliada (as de entrada usam lâmpadas halógenas). As luzes de seta foram movidas para as laterais do para-choque, logo ao lado da grade inferior.
Já na traseira o sedã mostra linhas bem futuristas, como as lanternas com um estilo semelhante ao do hatch, mas que parece mais harmonioso por conta da proporção do modelo. Tem uma forma de seta nos cantos e percorre toda a tampa do porta-malas, com iluminação em toda a peça e usando luzes em LED, seguindo a tendência da marca que usa o mesmo recurso em outros modelos como Tucson e Elantra.

A marca não deixou barato e aproveitou para “aumentar” o tamanho do sedã, e ficou com as seguintes medidas agora: comprimento em 65 milímetros para medir 4.325 mm, esticando o balanço dianteiro em 50 mm e o traseiro em 15 mm. Segue com 2.530 mm de entre-eixos, 1.720 mm de largura e 1.470 mm de altura. O porta-malas está maior do que 475 litros (e 428 kg de carga útil) do que o modelo anterior, porém a Hyundai não divulgou a nova capacidade.
Se por fora a mudança foi quase completa, por dentro a Hyundai foi mais tímida, mantendo praticamente o mesmo da geração anterior. A novidade é a adoção do painel de instrumentos digital Supervision Cluster, usado nas versões Platinum e Platinum Plus; e o ar-condicionado digital, com uma nova função automática e uma inversão da posição dos controles de temperatura e intensidade.

Além de mais equipamentos como controle de cruzeiro e limitador de velocidade de série, junto com os seis airbags, controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampas, central multimídia de 8 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay, alarme, vidros elétricos e retrovisores com setas integradas.
Tem também câmera de ré, sensor de estacionamento traseiro e faróis com acendimento automático. Além de chave presencial, partida por botão, partida remota por meio da chave e retrovisores com rebatimento elétrico. Por fim, o HB20S Platinum Plus recebe carregador sem fio para smartphone, assistente de tráfego cruzado traseiro, start-stop, frenagem automático de emergência, assistente de permanência em faixa e alerta de ponto cego.

Para quem está ao volante a posição do banco é bem acertada, o banco tem regulagem de altura e a coluna de direção é regulável em altura e distância. Os retrovisores são bem dimensionados e câmera de ré tem boa definição de imagem, o que ajuda muito em manobras em vagas mais difíceis.
Bem equipado e cheio de tecnologia, a versão avaliada vem com itens de direção autônoma, tais como: ajuste de centralização e saída de faixa com interferência forte no volante; assistente de ponto cego; frenagem automática de emergência para veículos, pedestres e ciclistas; farol alto automático, que evita ofuscamento. E também alerta de saída de faixa, de presença no banco traseiro e assistente de tráfego cruzado traseiro, além dos controles de estabilidade e tração, assistente de partida em rampa e seis airbags.

Sob o capô está o eficiente motor 1.0 turbo de 120 cv e 17,5 kgfm (os valores de torque e potência são iguais com etanol ou gasolina), combinado a uma transmissão automática de 6 marchas. O rodar é confortável sobre piso mais liso e a suspensão tem calibragem mais firme e a carroceria movimenta-se pouco em curva, transmitindo muita segurança ao motorista e passageiros. O motor turbo enche rápido e é suficiente para realizar ultrapassagem em tempo hábil, sem sustos. Porém é ruidoso em marcha lenta, comum em modelos com propulsor de três cilindros.

A aceleração é razoável para um sedã compacto, a própria marca declara o 0 a 100 km/h em 10,7. Enquanto que a relação peso/potência é de 9,47 kg/cv o que ajuda no desempenho do sedã. O câmbio automático de seis marchas tem conversor de torque com as trocas perceptíveis e sem trancos, o que deixa o motorista mais à vontade. A troca manual é feita por aleta no volante ou na alavanca, à escolha de quem estiver atrás do volante.
O consumo com etanol durante o teste ficou entre 6 e 7 Km/l na cidade, sempre com o ar-condicionado digital ligado. Há o sistema stop/start, que desliga o motor em parada, para economizar combustível, porém não foi suficiente para conseguir um número melhor. Porém, caso estivesse abastecido com gasolina, seu consumo seria bem melhor, acredito eu.

*FICHA TÉCNICA:
Mecânica
Motorização 1.0
Combustível Álcool Gasolina
Potência (cv) 120 120
Torque (kgf.m) 17,8 17,8
Velocidade Máxima (km/h) 191 191
Tempo 0-100 (s) 10,7
Consumo cidade (km/l) 8 12,1
Consumo estrada (km/l) 10,8 15,3
Câmbio automática com modo manual de 6 marchas
Tração dianteira
Direção elétrica
Suspensão dianteira Suspensão tipo McPherson e dianteira com barra estabilizadora, roda tipo independente e molas helicoidal.
Suspensão traseira Suspensão tipo eixo de torção, roda tipo semi-independente e molas helicoidal.
Dimensões
Altura (mm) 1.470
Largura (mm) 1.720
Comprimento (mm) 4.260
Peso (Kg) 1.120
Tanque (L) 50
Entre-eixos (mm) 2.530
Porta-Malas (L) 475
Ocupantes 5
*Dados do fabricante