
Há tempos a Ford planejava inserir uma identidade visual única em seus modelos globais. A estratégia começou a ser colocada em prática há três anos, quando o novo Fusion foi apresentado no Salão de Detroit. Depois, os modelos vendidos no Brasil foram, um a um, recebendo a ampla grade hexagonal. Entre os carros de passeio, faltava apenas o médio Focus. A mudança, que chegou às lojas em janeiro, veio bem a calhar: não apenas unificou o design do portfólio de modelos como também deu novo vigor ao carro na disputa com a concorrência e fortaleceu sua posição na liderança entre os hatches médios. Entre janeiro e setembro de 2015, o modelo emplacou 12.245 unidades, uma média de 1.360 exemplares por mês, contra os 816 do rival Volkswagen Golf. E metade desse resultado do Focus vem da configuração “top” Titanium, que conta ainda com uma variante denominada Plus que reúne o que de melhor o hatch médio tem a oferecer.

Um dos pilares da Ford na disputa pelo mercado automotivo é a busca por tecnologia e conectividade. Nesse sentido, o Ford Focus Titanium Plus 2.0 de fato se destaca. A versão sai de fábrica com o assistente de frenagem autônomo, que evita a colisão em velocidades até 20 km/h e reduz de forma significativa o impacto a até 50 km/h. Outro item que surpreende é o sistema de estacionamento automático de nova geração, que funciona em vagas paralelas e perpendiculares. A segurança na direção é ampliada também com os faróis bixênon adaptativos, que ajustam a iluminação de acordo com a direção que o carro recebe. Isso sem contar nos recursos que já são considerados básicos no modelo – isso porque são de série desde as versões mais baratas, como controle de estabilidade e tração e sistema de conectividade Sync.
No Focus Titanium Plus, porém, a central multimídia é diferenciada. A tela de 4.2 polegadas das versões de entrada dá lugar a outra com quase o dobro do tamanho. São oito polegadas, sensível ao toque e com navegador GPS incorporado. Além disso, há Bluetooth, comandos de voz em português para áudio, telefone, GPS e ar-condicionado, câmara de ré, sistema AppLink com novos aplicativos e assistência de emergência – sistema que, quando o telefone está conectado via Bluetooth ao equipamento, faz uma ligação automática ao serviço de atendimento médico de urgência em caso de acidente com acionamento dos airbags ou corte de combustível. O carro conta ainda com chave presencial, que permite o acesso ao veículo e a partida do motor sem que ela seja retirada do bolso.
Tudo é feito apenas como o toque de um dedo.

O face-lift fez a linha 2016 do Focus se destacar principalmente na dianteira, que ganhou a nova grade hexagonal que, nas configurações Titanium, recebe barras cromadas. Os faróis também foram reestilizados e agora chegam com luzes diurnas em leds. Na lateral, a versão de topo ganha um friso cromado na linha dos vidros. Já a traseira tem lanternas assimétricas redesenhadas. No interior, os revestimentos ficaram mais escuros e com texturas contrastantes. O cockpit segue um padrão moderno e o painel recebe materiais suaves ao toque, além de algumas partes revestidas em couro – caso do novo volante, que incorpora comandos de áudio.
Sob o capô, no entanto, nenhuma alteração foi promovida. O motor 2.0 litros de 178/175 cv com etanol/gasolina no tanque sai sempre acompanhado da transmissão automatizada de seis velocidades e dupla embreagem, com possibilidade de trocas sequenciais de marchas no volante. Mas esse pacote tecnológico de segurança, entretenimento e conforto – que inclui ainda sistema de som premium da Sony, espelhos com rebatimento elétrico, banco do motorista com ajuste elétrico e teto solar elétrico – tem um custo. E que não é baixo. São R$ 97.900, ou seja, R$ 9 mil a mais que a configuração Titanium. Definitivamente, o preço não é um grande chamariz para o modelo. Mas, a julgar pelas boas vendas e a liderança na categoria de hatches médios, também não dificulta seu desempenho nessa disputa.
por Márcio Maio
Auto Press