O Programa de Controle da Poluição do Ar por Motociclos e Veículos Similares passará a fazer com que as emissões oriundas das motos sigam as determinações estipuladas pelo Euro 4. As novas exigências passarão a valer a partir de janeiro do ano que vem, quando se inicia a segunda fase do Promot M4 – a primeira começou em 1º de janeiro de 2014.
“Em pouco mais de 10 anos, as motocicletas produzidas no Polo Industrial de Manaus atingiram o mesmo nível de emissões que os demais veículos automotores conseguiram em 25 anos, por determinação do Proconve”, afirma Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares.
De acordo com a resolução nº 432 do Conselho Nacional do Meio Ambiente, o Conama, os limites de duas das principais substâncias nocivas lançadas ao ar pelas motocicletas serão reduzidos. Enquanto o valor permitido de Monóxido de Carbono seguirá inalterado, em 2 g /km, o de Hidrocarbonetos (HC) e Óxidos de Nitrogênio (NOx) passarão, respectivamente, de 0,8 g/km e 0,15 g/km nos modelos abaixo de 130 km/h para 0,56 g/km e 0,13 g/km e de 0,3 g/km e 0,15 g/km para 0,25 g/km e 0,17 g/km nos que atingem velocidade superior.
Desde janeiro de 2014, as diretrizes do Promot M4 determinam que os ciclomotores mantenham seus níveis de emissão pelos primeiros 10 mil quilômetros rodados, as motocicletas que trafegam até 130 km/h, por 18 mil quilômetros, e as que circulam acima dessa velocidade, por 30 mil quilômetros. Ou seja, esses testes não são realizados apenas quando os modelos são novos. “É um bom período da vida útil do veículo. Com 18 mil rodados, por exemplo, já está caracterizado o amaciamento completo do motor”, valoriza Flavio Vaz de Almeida, professor da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, do Departamento de Engenharia de Transportes.
Além dos níveis de emissões mais baixos, a segunda fase do Promot M4 também faz uma exigência que promete trazer não só um alívio para o meio ambiente, mas também economia para os motociclistas. Trata-se da adoção de um limite rigoroso para a emissão evaporativa – o vapor de combustível que escapa pelo respiro do tanque, tampas com má vedação, cuba aquecida do carburador e outros meios. Com a determinação de 1g por teste máximo, as motos passam a contar com um filtro de carvão ativado – chamado de canister. “Os gases que iriam para o meio ambiente são retidos e, depois, reaproveitados na queima do combustível”, explica Lúcio Tiba, membro do Comitê de duas Rodas da SAE Brasil, divisão brasileira da sociedade internacional dos engenheiros da mobilidade.
