
O interesse das marcas premium no Brasil é cada vez maior. Apesar da forte crise automotiva, o país ainda é um dos mercados mundiais com grande potencial de crescimento no segmento de luxo. E a Audi é uma das fabricantes estrangeiras que mais colhem frutos por aqui, com aumento de 40% nas vendas nos primeiros nove meses de 2015, ante ao mesmo período em 2014. Nada mais natural que, além dos modelos de volume, ela se preocupe em trazer para cá seus carros de imagem. Caso da terceira geração do cupê esportivo TT. Suas 48 unidades mensais emplacadas desde o início das vendas, em maio, não chegam a impactar nas contas da Audi. Mas certamente o estiloso modelo serve de chamariz nos showrooms da marca, pelo visual e aptidões de fato “nervosas”. Principalmente na configuração de topo, a Ambition.

O cupê alemão utiliza a plataforma MQB do Grupo Volkswagen. Trata-se da mesma usada pela linha A3. Antes com a estrutura em alumínio, agora ela é feita em aço. O metal é encontrado na carroceria, para ajudar na redução de peso – que da geração passada para a atual foi de cerca de 50 kg. Visualmente, as linhas remetem aos outros esportivos da marca das argolas – principalmente ao superesportivo R8, com vincos do capô e assinatura em leds nos faróis bem semelhantes. O interior também foi mexido e perdeu o monitor central e, consequentemente, alguns botões e comandos.
A alteração veio por um bom motivo: o novo Virtual Cockpit. Trata-se de uma tela digital, instalada no cluster diante do motorista, no local onde normalmente se encontram os instrumentos tradicionais. Todas as informações cruciais para o motorista estão ali, incluindo o mapa do GPS do sistema MMI plus da versão de topo Ambition, dados do computador de bordo, velocímetro e conta-giros.

O propulsor é um 2.0 turbo da família EA888 capaz de render 230 cv de potência e 37,8 kgfm de torque, gerenciado por um câmbio automático sequencial de seis marchas e dupla embreagem. Bem moderno, ainda conta com duplo sistema de injeção e variação contínua no tempo de abertura das válvulas. Características que fazem com que o modelo saia da inércia e atinja os 100 km/h em apenas 5,9 segundos. Já a velocidade final é limitada eletronicamente em 250 km/h.
A lista de itens de série é bem completa. Engloba ar-condicionado digital integrado às saídas de ar, sensores de luz e chuva, sistema start/stop – que desliga o motor nas paradas rápidas, como as de semáforo, religando-o ao tirar o pé do freio –, seis airbags, sistema MMI plus com navegador, faróis “full led”, volante multifuncional com paddle shifts para trocas manuais de marchas, rodas aro 19 – na configuração mais barata, a Attraction, elas são de 18 – e o Audi Drive Selective – que altera o comportamento de câmbio, direção e motor. Por esse pacote, a Audi cobra R$ 230.190. Apesar do preço, a falta de concorrentes diretos com a mesma proposta e motorização semelhante se torna uma bela vantagem do cupê para incrementar, ainda que timidamente, os bons resultados da fabricante no Brasil.
por Márcio Maio
Auto Press