Volvo quer reforçar imagem de luxo no Brasil

Foto: Luiz Humberto Monteiro/Carta Z Notícias

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Até o ano 2000, a Volvo Car era a divisão de automóveis do Grupo Volvo, que produz caminhões, chassis de ônibus, motores navais e equipamentos industriais. Na virada do milênio, a holding sueca vendeu seu departamento de veículos de passeio para a norte-americana Ford. Lá, a Volvo Car passou a formar a divisão Premier Automotive Group, junto com as marcas britânicas Aston Martin, Jaguar e Land Rover e as norte-americanas Lincoln e Mercury. Com a crise na primeira década desse século, a Ford se desfez das marcas do Premier Group e em 2010 a Volvo Car foi arrebatada pela holding chinesa Geely, que controla a marca de automóveis homônima. No Salão de Paris do ano passado, a Volvo exibiu o primeiro produto “pós-Ford” totalmente novo: a segunda geração do XC90. O utilitário esportivo de sete lugares chega agora ao Brasil com a missão de reforçar a imagem de luxo da fabricante sueca por aqui. O objetivo é brigar pela fatia mais elitizada do mercado automotivo nacional com as alemãs Audi, BMW e Mercedes-Benz e a inglesa Land Rover.

Foto: Luiz Humberto Monteiro/Carta Z Notícias

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A estratégia global da marca sueca é reposicionar gradualmente seus produtos. Antes, disputavam quase sempre a base do segmento de luxo. Agora, a proposta é brigar entre as versões “top”. E o XC90 é o primeiro produto lançado dentro dessa postura mais requintada. A renovação em relação ao utilitário esportivo lançado em 2003 foi expressiva. O novo XC90 foi concebido a partir da versátil plataforma SPA – Scalable Product Architecture. Por fora, preserva o visual sério e elegante, mas acrescenta algumas pitadas de modernidade. Os faróis são em leds e formam um desenho que lembra um “T” deitado – o criativo maketing da Volvo afirma que o grafismo dos leds remete ao “martelo de Thor”. Na nova grade, o “iron mark” – o logotipo da Volvo – continua alinhado com o friso diagonal. Na traseira, as lanternas verticais foram remodeladas e fazem lembrar duas foices invertidas.

Foto: Pedro Bicudo/Divulgação

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No interior, o Volvo XC90 expressa uma elegância minimalista, sem exageros, típica da escola escandinava de design. A Volvo optou por um ambiente mais aconchegante, com poucos botões. Muitas funções dos comandos de áudio, telefone, GPS e ar-condicionado estão concentradas no monitor “touchscreen” de LCD de 9 polegadas, instalado no centro do painel. O painel de instrumentos de 12,3 polegadas é digital. Nos revestimentos, o couro de alta qualidade, as madeiras com desenho artesanal e os detalhes em alumínio se harmonizam. Os bancos de couro são totalmente novos e os dianteiros disponibilizam regulagem elétrica com memória. Os assentos da segunda e terceira fileira são deslizantes e reclináveis. O ar-condicionado é quadrizone e o teto solar é panorâmico.
Na Europa, o XC 90 tem disponíveis dois motores a gasolina e um a diesel, todos 2.0 litros. Para o Brasil virá inicalmente apenas a opção a gasolina, o T6 da família E-Drive. Usa turbo e compressor unidos para despejar 320 cv e torque de 40,7 kgfm. Todas as versões são equipadas com transmissão automática de oito velocidades e tração integral.
Mas foi nos equipamentos que a Volvo marcou a “evolução da espécie”. O novo XC90 traz  níveis de tecnologia e sofisticação jamais atingidos por um veículo da marca, principalmente na versão “top” Inscription. É o primeiro SUV de luxo vendido no Brasil com tecnologia semiautônoma de auxílio ao motorista. Sensores e câmaras monitoram as faixas das vias e o veículo à frente no trânsito, enquanto o sistema comanda a aceleração, a frenagem e a movimentação do volante em curvas leves, em velocidades de até 50 km/h. Acima disso, o sistema torna-se um controle de cruzeiro adaptativo, com assistência automática de freio e acelerador. O Sistema de Alerta de Mudança de Faixa corrige o volante se o carro estiver invadindo a faixa, enquanto o Sistema de Alerta ao Motorista detecta e avisa condutores desatentos. Os freios são acionados automaticamente caso o motorista tente virar à frente de outro carro que venha em sentido contrário. O SUV da Volvo detecta um potencial choque e freia sozinho, tanto para evitar a colisão como para reduzir as consequências do acidente. Para alegria dos “puristas”, todos os sistemas de auxílio semiautônomo podem ser desativados. Em termos de entretenimento, o destaque da versão topo de linha é o sistema de som Bowers & Wilkins, que é de altíssima qualidade, com 1.400 watts e 19 alto-falantes.
No Brasil, a proposta do XC90 é atrair os consumidores de utilitários esportivos luxuosos de porte similar, como Land Rover Range Rover Sport, BMW X5, Audi Q7 e Mercedes-Benz ML. O preço parte de R$ 319 mil na versão Momentum e atinge R$ 363 mil na Inscription. A versão “top” do XC90 incorpora suspensão a ar, som Bowers & Wilkins, head up display, grade cromada, câmara dianteira, escapamento integrado aos para-choques traseiros, bancos em couro perfurado e rodas aro 20, entre outros itens.

 

por Luiz Humberto Monteiro Pereira
Auto Press

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