Luciano Belford Agência O Dia
Agressores disseram em depoimento que abordaram Matheus por conta de um boné do Hulk, que seria alusão a um traficante da Ilha. ‘Na abordagem, ninguém pergunta sobre o boné dele’, afirma o advogado
O advogado Jaime Fernandes, que defende o jovem Matheus Fernandes no caso da agressão em um shopping da Ilha do Governador rebateu a versão dos policiais militares sobre a causa da abordagem ter sido o boné. O delegado Marcus Henrique Alves, titular da 37° DP (Ilha do Governador), afirmou na segunda-feira que os PMs que agrediram Matheus disseram, em depoimento, ter desconfiado de um boné do personagem Hulk, que seria também o apelido de Gil, traficante da Ilha do Governador morto no ano passado.Fernandes, que defende Matheus, lembrou o caso do jovem Thiago Silva. Na segunda-feira, em entrevista ao ‘RJ2’, Thiago, que também é negro, afirmou que meses antes foi seguido no mesmo shopping por Gabriel Guimarães Sá Izaú. Na abordagem a Matheus, Gabriel age com truculência. “Houve ontem uma denúncia relativa ao segurança de camisa vermelha (o PM Izaú). E esse rapaz não usava boné nenhum. Foi levado também, exatamente a mesma abordagem”, disse o advogado.
“Ele achou esse boné, não sabia da história. Não faz sentido até porque na abordagem ninguém pergunta sobre o boné. Ninguém pede o boné do Matheus”.
Boné causou ‘desconfiança’
O delegado da 37ª DP, Marcus Henrique Alves, disse que uma das explicações dos policiais para a abordagem foi de que Matheus usava um boné do personagem Hulk, que também era o apelido do traficante Gilberto Coelho de Oliveira, braço-direito de Fernandinho Guarabu no controle das favelas da Ilha do Governador. Segundo o delegado, isso causou “desconfiança” no PMs.