Gelsinho Guerreiro tem governo manchado por calotes

Prefeito de Mesquita e candidato à reeleição colecionou escândalos em quatro anos de governo

Prefeito de Mesquita e candidato à reeleição colecionou escândalos em quatro anos de governo

Mesquita completou, em 2016, 17 anos de emancipação político-administrativa. Prefeito desde 2013, Rogelson Sanches Fontoura, o Gelsinho Guerreiro (PRB) pareceu viver os últimos quatro anos como um adolescente, tal qual a cidade, que ainda não completou sua “maioridade”, que desconhece o valor do dinheiro público e o utilizou de forma inconsequente. Foram inúmeros calotes e escândalos envolvendo verba que deveria ser destinada para promover melhorias ao povo, mas poucas explicações sobre o destino dado aos recursos.
Em dezembro de 2015, por exemplo, funcionários da Inova Ambiental foram demitidos e a empresa, que realizava serviços de limpeza e coleta de lixo na cidade, teve seu contrato com a Prefeitura encerrado. Naquela época, Gelsinho já não fazia o repasse do pagamento à Inova Ambiental havia seis meses e a dívida passava dos R$ 4 milhões.
Pouco antes, no dia 6 de outubro, a sede do Poder Executivo ficou às escuras. O motivo, mais uma vez, foi a falta de pagamento. A notícia de que a Prefeitura de Mesquita não pagou as próprias contas virou o assunto do momento e a “culpa” do calote foi uma suposta falha administrativa. A Light, concessionária responsável pelo fornecimento de energia elétrica, não informou o tempo e o valor das pendências.
Em maio deste ano, mais um escândalo. A Justiça proibiu a Prefeitura de Mesquita de contratar pessoal da Cooperativa de Trabalho Coopsege, principal fornecedora de mão de obra para a administração municipal. A decisão da juíza Alessandra Tufvesson Peixoto também determinou a busca e apreensão do contrato firmado entre as partes e foi tomada com base numa ação popular, que questionava a legalidade da contratação da cooperativa pela administração municipal.
Àquela época, a Prefeitura de Mesquita já havia repassado, desde o início da parceria, quase R$ 200 milhões à Coopsege, R$ 31 milhões somente nos cinco primeiros meses deste ano. A Prefeitura também foi intimada a entregar relação com nome e CPF de todos os funcionários terceirizados cedidos pela cooperativa. A quantia seria suficiente para contratar mais de oito mil funcionários terceirizados, pagando salário mínimo (R$ 880) a cada um.

Calote em proprietária e imóvel e falsas promessas

O imóvel onde funcionava o Centro de Atenção Psicossocial Infantil (CAPSI) de Mesquita, localizado no bairro Banco de Areia, era alugado. Mas a proprietária Antônia Célia de Souza ficou sem ver a cor do dinheiro por pelo menos dois meses. Em setembro a mulher denunciou ao jornal Conecta Baixada o calote de Gelsinho e revelou que a casa foi abandonada em péssimas condições.
Gelsinho Guerreiro venceu as eleições de 2012 com 42,49 dos votos, após um mandado como vereador. No entanto as promessas que conquistaram a confiança dos eleitores ficaram só na campanha. A rede municipal de saúde, que segundo o plano de governo, seria informatizada, segue funcionando à moda antiga, apesar do investimento de quase R$ 1 milhão realizado pela secretaria de Saúde no primeiro ano de governo.
Na educação, por exemplo, a implementação de horário integral, climatização e informatização das escolas também ficaram só na promessa. Na área de segurança, a criação do Centro de Monitoramento Municipal, a exemplo do que foi adotado nas vizinhas Nilópolis e Nova Iguaçu, também não aconteceu.

Mentiras podem custar caro

Pesquisa divulgada na sexta-feira (30), pelo Geoquest, aponta que Gelsinho Guerreiro pode estar com os dias contatos à frente do governo municipal. O candidato do PRB aparece com 30,46% das intenções de votos na pesquisa estimulada (quando são mostrados os nomes dos candidatos), enquanto Jorge Miranda (PSDB) é o escolhido de 38,58% dos entrevistados.
Já na pesquisa espontânea (quando não são mostrados os nomes dos candidatos), o atual prefeito de Mesquita é lembrado por ainda menos pessoas. Somente 29,84% dos entrevistados declararam votar no candidato à reeleição. Jorge Miranda também lidera, com 36,70%.
A pesquisa foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) no dia 24 de setembro, com o número RJ-08431/2016.

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