TT Coupé é a aposta da Audi no Brasil

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Foto: Eduardo Rocha/Carta Z Notícias 

A Audi renasceu no Brasil. A marca vem ampliando as vendas de forma intensa nos últimos dois anos. Em 2013, foram 6.500 veículos. Ano passado, 12.500. E este ano, antes mesmo de iniciar a produção na nova fábrica em São José dos Pinhais, no Paraná, já lidera o segmento de marcas premium, com mais de 5 mil vendas entre janeiro e abril, à frente de BMW e Mercedes-Benz, que emplacaram perto de 4.500 unidades. A chegada da terceira geração do TT Coupé, ainda no primeiro semestre, pouco vai alterar isso. Mas a conta é a seguinte: grande parte das vendas no Brasil ficam concentradas nos segmentos de entrada do mercado premium. E mesmo que o TT só emplaque entre 60 e 80 unidades mensais, elas vão representar um enorme ganho de imagem. Uma espécie de  endosso na divisa da marca Vorsprung durch Technik – algo como “Na vanguarda da tecnologia”.
Apesar do otimismo típico de slogans, o TT tem algumas características que confirmam a condição de vanguarda. A primeira delas é o que a Audi chama de Virtual Cockpit. Trata-se de uma tela digital, instalada no cluster diante do motorista, no lugar normalmente ocupado pelos instrumentos tradicionais. Ali, pode-se emular desde um painel clássico, com marcadores nos dois lados com uma pequena área central com dados do computador de bordo, até inserir o mapa do GPS ladeado por velocímetro e conta-giros com tamanho reduzido. Esse monitor elimina, inclusive, a tela no console central.
150522 V31BMas como se trata de um esportivo, as qualidades dinâmicas merecem destaque. O propulsor é um 2.0 turbo da família EA888 e rende 230 cv de potência e 37,8 kgfm de torque, gerenciado por um câmbio automático sequencial de seis marchas e dupla embreagem O propulsor tem turbo, duplo sistema de injeção e variação contínua no tempo de abertura das válvulas, que empurra o TT até os 100 km/h em apenas 5,9 segundos. O cupê alemão utiliza a plataforma MQB do Grupo Volkswagen, mesma da linha A3, e por isso agora tem a estrutura feita em aço. Por isso, o alumínio, tradicional material de contrução do TT, ficou do lado de fora. O metal agora molda toda a carroceria, com exceção do aerofólio traseiro, que é em aço para aguentar a pressão de trabalho sem deformar.
Apesar de ter sido pensado a partir de uma base de tecnologia, o TT não tem preços exorbitantes. A versão de entrada, Attraction, sai a R$ 209.990 e tem os equipamentos frugais para um modelo premium. Estão lá ar-condicionado, sensores de luz e chuva, start/stop, seis airbags, sistema de som, faróis bixenônio e volante multifuncional com paddle shifts, entre outros. O navegador é vendido à parte. Este equipamento é de série na top Ambition, que começa em R$ 229.990. Ela ainda traz ar-condicionado digital integrado às saídas de ar, faróis full led, rodas aro 19 no lugar das de 18 e o Audi Drive Selective – que altera o comportamento de câmbio, direção e motor.
Esta terceira geração do TT também ganhou refinamento estético. As linhas fazem referência aos demais esportivos da marca, como o superesportivo R8, principalmente nos vincos do capô e na assinatura em led dos faróis. O caimento da coluna traseira, bastante  inclinada, é clássico para cupês e forma um perfil de gota invertida. O interior também ganhou um aspecto mais limpo com a saída do monitor central e a redução do número de botões e comandos.
O Audi TT é o único remanescente entre os esportivos compactos das marcas premium alemãs a resistir ao sistema de teto rígido retrátil, os chamados cupês-cabriolets – como Mercedes SLK e BMW Z4. A versão conversível do modelo da Audi, chamada de roadster, deve ser lançada no segundo semestre desse ano – sempre com o objetivo de recuperar o prestígio que a Audi tinha nos anos 1990 e 2000, quando chegou a ter uma linha de produção e um bom volume de vendas. Se tudo correr como espera a empresa, em cinco anos, a Audi vai estar emplacando 30 mil unidades por ano. Ou o dobro do que deve conseguir em 2015.

por Eduardo Rocha
Auto Press

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