Defesa de Lula rebate argumentos da AGU em ação contra procurador da Lava Jato

Advogados de Lula questionaram capacidade da AGU de atuar em defesa de Dallagnol em ação de danos morais
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma que o coordenador da força-tarefa de procuradores da Operação Lava Jato, Deltan Dallagnol, voltou a ofender o petista ao compará-lo a um “general em crime de guerra” que “pratica crimes a partir de seu gabinete”.
Atualmente, Lula e Dallagnol se enfrentam em batalha judicial decorrente do icônico PowerPoint da Lava Jato, divulgado em setembro de 2016. O ex-presidente pede indenização de R$ 1 milhão por danos morais.
Na quinta-feira (16), a Advocacia-Geral da União (AGU) apresentou defesa de Dallagnol à 5ª Vara Cível da Comarca de São Bernando do Campo. Em nota, a AGU alegou que a contestação do petista representa ameaça à “independência a ao funcionamento adequado do Ministério Público”.
Os advogados do ex-presidente afirmam inclusive que, em tese, a AGU nem poderia estar à frente da defesa do procurador neste caso, já que se trata de “ato praticado em local privado, sobre temas estranhos à denúncia que se propôs a informar e que sequer estava sob a sua atribuição”.
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A equipe de defesa de Lula afirmou que, em sua réplica à defesa apresentada pela AGU, que será protocolada em breve, pretende reforçar a importância da reparação dos danos morais infligidos a seu cliente pelo acusado.
De acordo com a AGU, Dallagnol não tinha a intenção de ferir a imagem do petista e recorreu a analogias meramente para fins informativos. “A finalidade, portanto, era proporcionar explicações mais didáticas sobre os fatos investigados”, afirmou a Procuradoria Regional da União da 3ª Região de São Paulo (PRU3).
O escritório de advocacia que representa o ex-presidente se posicionou quanto à nota publicada pela AGU na quinta-feira (16), afirmando ser “judicialmente e constitucionalmente equivocada”.
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A defesa de Lula levará ao conhecimento do Conselho de Direitos Humanos da ONU “a clara tentativa de intimidar o ex-presidente” por parte da AGU no “lawfare” praticado contra o petista por alguns agentes do órgão público.

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