CBF muda estatuto, dá mais poderes às federações e enfraquece clubes

O paulista e palmeirense, Marco Polo Del Nero, é o presidente da entidade máxima do desporto nacional desde 2014
Foto: Leo Correa/MoWA Press

Ontem, a Confederação Brasileira de Futebol realizou uma mudança em seu estatuto, fortalecendo ainda mais a influência das federações estaduais na entidade. Com as alterações, os clubes brasileiros terão seus poderes reduzidos nas eleições presidenciais da CBF.
Inicialmente o colegiado eleitoral era composto pelas 27 federações estaduais e os 20 clubes representantes da Série A do Campeonato Brasileiro. A inserção dos outros 20 clubes que disputam a Série B faria com que as equipes brasileiras tivessem mais poder, uma vez que estariam em maior número, e assim conseguiriam eleger o presidente que entendessem ser o melhor para o futebol no país. Entretanto, não será bem isso o que vai acontecer.
A mudança realizada pela CBF diminuiu o peso dos votos dos clubes na eleição. De agora em diante, os votos das federações estaduais têm peso três, dos clubes da Série A, peso 2, enquanto os dos clubes da Série B têm peso 1.
Na prática, as federações teriam 81 votos, contra 60 se somados os dos clubes da Série A com os da Série B. Com 21 a menos, as equipes não têm poder suficiente para ditar o rumo das próximas eleições da Confederação Brasileira de Futebol.
Federações de estados com pouca tradição no futebol, como Espírito Santo, Rondônia, Roraima, Acre, entre outras, passam a ter uma voz mais ativa nas eleições presidenciais do que os principais clubes do futebol brasileiro.
Para completar, a CBF também manteve o regulamento que proíbe qualquer candidatura independente ao cargo presidencial da entidade. Para se tornar candidato, o sujeito precisa do apoio formal de oito clubes e outras cinco federações estaduais, que geralmente não apoiam oposicionistas.

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