Atendimento para urgência e emergência na Baixada em debate

Representantes do estado, do Cisbaf, na Central de Regulação do Samu 192 Baixada e de 11 municípios da região discutiram as dificuldades enfrentadas na saúde
Cisbaf/Divulgação

A Secretaria de Estado de Saúde, representada pela superintendência de Gestão das Unidades Pré-Hospitalares e Hospitalares, e pela coordenação de Urgência e Emergência se reuniu na manhã de ontem com a secretária executiva do Cisbaf, a coordenação da Central de Regulação do Samu 192 Baixada Fluminense, bem como representantes do Samu de 11 municípios da região para discutir as referências de atendimento das urgências e emergências e o protocolo de recebimento desses pacientes nas UPAs estaduais localizadas na Baixada Fluminense.
O coordenador da Urgência e Emergência da SES/RJ, Eduardo Lenini da Silva Santana, apresentou aos coordenadores um fluxo de atendimento aos pacientes socorridos pelo Samu 192, recentemente acordado com o município do Rio. O documento será avaliado pelos coordenadores municipais para adequação à realidade regional. Uma ficha de controle de recebimento de ambulâncias do Samu/CBMERRJ nas UPAs estaduais também foi entregue para melhor monitoramento de possíveis dificuldades de acesso às unidades de pronto-atendimento.
Alguns participantes pontuaram seus problemas locais, mas a falta de entrosamento do gestor da UPA estadual com a rede municipal foi uma questão abordada pela maioria. Para a secretária executiva do Cisbaf, Dra. Rosangela Bello, não há uma integração adequada das sete UPAs estaduais à rede regional de saúde. “Precisamos sair daqui vislumbrando caminhos para a construção de uma verdadeira rede que integre unidades da atenção básica, UPAs municipais e estaduais, bem como hospitais”, destaca. Lenini garantiu que o tema será abordado em reunião do estado com os diretores das UPAs para devido esclarecimento do fluxo de atendimento e solução do problema recorrente.
A diretora técnica do Cisbaf, Dra. Márcia Cristina Ribeiro, acrescentou que os desafios da atual gestão na regularização total do serviço de urgência e emergência – que envolve estrutura física, equipes e ambulâncias –, vêm comprometendo a qualidade do atendimento na ponta, ou seja, ao paciente. Com menos ambulâncias e recursos humanos, o Samu 192 Baixada fica prejudicado. E com poucas portas para atendimento aos casos de urgência e emergência na região, a sobrecarga do Hospital Geral de Nova Iguaçu (municipalizado), Hospital Adão Pereira Nunes (estadual) e Hospital Municipal Moacyr do Carmo (Duque de Caxias) é cada vez maior.
Com relação à sobrecarga e ausência de leitos de retaguarda, o coordenador do Samu Nova Iguaçu, Ney Cerqueira, cobrou do estado a reabertura do Hospital Estadual Vereador Melchiades Calazans, em Nilópolis, fechado no final do ano passado. Na pactuação firmada com a região, o hospital passaria por processo de readequação para ser reaberto como Hospital Estadual de Traumato-Ortopedia, oferecendo leitos de retaguarda ao Hospital da Posse. Entretanto, até o momento, a unidade não foi reaberta.
Participaram também da reunião o superintendente das Unidades Hospitalares/SES, Diego V. Mendes, a superintendente das Unidades Pré-Hospitalares/SES, Ivanise A. Gomes de Souza, o coordenador geral das UPAs estaduais, Elson Baleiro, a assessora técnica da SES, Ana Caroline Arouche, assim como representantes dos municípios de Belford Roxo, Duque de Caxias, Japeri, Mesquita, Nilópolis, Nova Iguaçu, Paracambi, Queimados e São João de Meriti, a coordenadora médica da Central de Regulação do Samu 192 Baixada Fluminense, Simone Maçana, o coordenador de Assistência do Cisbaf, Ricardo Mangabeira, e o assistente de coordenação do Samu 192 Baixada Fluminense, Rodrigo Ribeiro.

Ato público em favor do Hospital da Posse

Mobilização em prol do Hospital da Posse deve reunir mais de 5 mil pessoas
PMNI/Divulgação

Uma grande mobilização em favor do Hospital Geral de Nova Iguaçu (Hospital da Posse) promete reunir mais de 5 mil pessoas amanhã. “Todos pelo Hospital da Posse” é um ato público que tem como objetivo chamar atenção dos governos federal e estadual para que a unidade seja vista com mais prioridade. A concentração será a partir das 9h, em frente à Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, campus Nova Iguaçu, no Centro. De lá, o grupo seguirá em caminhada até o Hospital da Posse, onde haverá um manifesto.
A iniciativa, que conta com o apoio da prefeitura de Nova Iguaçu, está sendo organizada por diversas instituições governamentais, movimentos sociais, sindicais, sociedade civil, ongs e conselhos municipais.
O Hospital da Posse é a maior emergência da Baixada Fluminense e atende cerca de 12 mil pessoas, sendo cerca de 45% de pacientes vindos de outros municípios. A média de atendimentos subiu de 2013 a 2016, cerca de 200%. A unidade também é porta de entrada para todos acidentados na Rodovia Presidente Dutra e no Arco Metropolitano, que cortam vários municípios da Baixada. Entretanto, recebe do Ministério da Saúde R$ 6,3 milhões, enquanto o ideal para atender a necessidade seria de R$ 14 milhões. Outro fator que vem agravando a situação são os atrasos da Secretaria Estadual de Saúde no repasse da verba. A dívida já chega a quase R$ 33 milhões.
Vale ressaltar que é unidade foi cedida ao município em 2002 através de um termo de cessão que previa o custeio da unidade com 70% com verba federal, 15% estadual e 15% municipal. Porém, só Nova Iguaçu vem cumprindo o acordo.

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