Greve de transportadoras de combustível deixa alguns postos sem gasolina no Rio

Bombas de combustíveis do Posto Linda, na Marechal Rondon, estão vazias

Falta combustível em postos do Rio de Janeiro. O protesto é contra a carga tributária dos impostos, como PIS/Cofins e ICMS, que incidem no preço da gasolina. Os sindicatos das transportadoras deflagraram uma greve nesta sexta-feira. Na Zona Norte da cidade, alguns postos já estão com os estoques zerados.

No Posto Linda, que fica na Avenida Marechal Rondon, na Zona Norte do Rio, já não há mais uma gota de combustível nas bombas. Em outro posto, o Imperial, em São Cristóvão, também na Zona Norte, os consumidores só encontram álcool, mas quantidade que tem no tanque só deve durar até às 14h, segundo um frentista.

Segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis, Lubrificantes e Lojas de Conveniência no Estado do Rio de Janeiro (Sindestado-RJ), desde a noite desta quinta-feira, nenhum caminhão transportador de combustíveis está saindo das bases de abastecimente instaladas na região de Duque de Caxias (Baixada Fluminense), que responde pelo abastecimento da imensa maioria do território do Estado do Rio de Janeiro.

Ainda de acordo com a nota, o sindicato informou ainda que alguns caminhões chegaram até a entrar em bases de distribuição, mas de lá não conseguiram sair por causa dos grevistas.

“Isso se deve à paralisação, por tempo indeterminado, promovida pelos transportadores contra a alta incidência tributária nos preços dos combustíveis, que impactam no preço final ao consumidor final. Esse quadro gera grande apreensão para os donos de postos, que contam com o recebimento de novos carregamentos para que possam continuar trabalhando. Caso a situação não seja normalizada de imediato, os postos terão 24 a 48 horas, no máximo, até que comece a faltar combustível para venda”, conclui a nota.

Em nota, o Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom) afirmou que conta com apoio da Agência Nacional de Petróleo (ANP), e que está atuando “junto às forças de segurança dos estados do RJ e MG para que se cumpra a ordem judicial concedida e garanta a normalidade do abastecimento nos estados”.

A ANP está acompanhando a greve e tomando providências para garantir o abastecimento de combustíveis.

Em julho, quando o governo federal anunciou um aumento das alíquotas do PIS/Cofins sobre combustíveis, o carioca foi um dos que mais sofreu com a mudança. Isso porque mais da metade do valor pago pelo litro da gasolina no Estado do Rio de Janeiro passou a ser de impostos.

Segundo cálculos feitos a pedido do GLOBO por um especialista da área de distribuição de combustíveis, somados os 15,9% dos impostos federais (PIS, Cofins e Cide), com 35,1% de ICMS, a carga de impostos totais nos preços da gasolina chega a 51%. Antes do aumento, o total da carga tributária na gasolina no Rio, que tem o IMCS mais elevado do país, era de 45,2%.

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