Carpegiani é apresentado à sombra de Rueda

Paulo César Carpegiani falou sobre seu antecessor e também sobre a possibilidade da vinda de um substituto
Gilvan de Souza/Flamengo

Campeão da Libertadores, do Mundial de Clubes, em 1981, e do Campeonato Brasileiro do ano seguinte, Paulo César Carpegiani retorna ao Flamengo para sua terceira passagem como treinador no clube, mas parece não gozar mais do prestígio do passado. Apresentado ontem como substituto de Reinaldo Rueda, que acertou sua saída para comandar a seleção do Chile, Carpegiani admitiu que não era desejo dos dirigentes rubro-negros tê-lo como técnico e deixou aberta a possibilidade de mudanças no decorrer da temporada.
“Hoje sou o treinador do Flamengo. Existe um projeto. Sentamos e conversamos. Hoje sou o treinador, mas não está afastada a possibilidade de se encontrarmos uma pessoa e tivermos um consenso, entrar no meu lugar amanhã ou depois”, afirmou Carpegiani, que poderá participar da escolha do futuro comandante.
O presidente Eduardo Bandeira de Mello confirmou a possibilidade do novo treinador assumir no futuro um cargo de coordenador técnico no clube, mas foi taxativo ao falar que não pensa em novas mudanças neste momento. “Não existe prazo. Hoje o treinador do Flamengo é o Carpegiani e ponto”, sentenciou.
Se o assunto “futuro treinador” entrou em pauta na coletiva de ontem, o nome de Reinaldo Rueda, o antecessor de Paulo César Carpegiani, também foi bastante falado. Os dirigentes do Flamengo pediram a palavra para falar pela primeira vez sobre o caso nos microfones. Bandeira negou que o clube tenha se sentido ludibriado pelo novo treinador do Chile.
“Nunca fomos enganados. Não temos nada contra o Rueda. Ele recebeu uma proposta, o Flamengo ficou sabendo e, obviamente, se preparou para um desfecho. O planejamento não sofreu nenhuma alteração”, afirmou Bandeira.
Rodrigo Caetano complementou e revelou que Rueda sempre deu a entender que ficaria. “Iniciamos o planejamento com o Rueda no dia seguinte da final da Sul-Americana. Foram três, quatro dias de reuniões. Depois, nosso contato com o Rueda era quase diário. Nós cobrávamos que ele se posicionasse. Ele sempre disse que teve consultas, mas queria permanecer”, garantiu o diretor executivo.
Até mesmo Carpegiani falou sobre a saída de seu antecessor. Ele ressaltou que o clube estava de mãos atadas. “Tudo teve seu momento. Havia uma situação de que o Flamengo deveria tomar a iniciativa. Eu nem deveria estar falando sobre isso. Mas o Flamengo tinha um contrato (com Rueda) em vigor. Não dependia do Flamengo. O convite foi feito ao treinador. O Flamengo não tinha nada a fazer. Haveria multa contratual”, disse Carpegiani.
Chega com o treinador o filho Rodrigo, que trabalhou com ele no Bahia. O contrato atual vai até 31 de dezembro de 2018.

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