Ministro sobre possibilidade de migração: “plausível’ e causa ‘preocupação’

O ministro da Defesa disse que a a possibilidade de migração de criminosos do Rio de Janeiro para outros estados é “plausível” e causa “preocupação
Internet

O ministro da Defesa, Raul Jungmann disse ontem à tarde que a a possibilidade de migração de criminosos do Rio de Janeiro para outros estados é “plausível” e causa  “preocupação”. Ele deu a declaração ao ser questionado por jornalistas se há o risco de a intervenção federal na segurança pública do Rio dispersar bandidos para outras regiões. O ministro afirmou que o crime foge de onde há uma “eficácia maior” das forças de segurança e que esse fenômeno ocorre não só de um estado para o outro, mas também dentro dos estados. Esse temor da população também se deu quando foram instaladas as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) em comunidades do Rio. Na época, muitos criminosos migraram para a Região dos Lagos e principalmente para a Baixada Fluminense.
“Acho que é plausível [migração de criminosos do Rio], porque essa migração ocorre, por exemplo, dentro do Rio de Janeiro, ocorre dentro de Pernambuco, ocorre dentro de Goiás. Onde você tem uma eficácia maior das forças de segurança, o crime certamente migra. E nós temos, sim, essa é uma preocupação que a gente tem”, disse o ministro.
Jungmann também foi foi perguntado sobre o que o governo fará para evitar que o crime migre para estados vizinhos ao Rio. Ele disse que o futuro ministro da Segurança Pública deverá tratar do tema com os governadores. “É claro que preocupa e é claro que é importante ter a cooperação desses estados. Acredito que o futuro Ministério da Segurança debruçar-se-á sobre isso em conjuntos com esses governos”, afirmou ao portal G1.
Jungmann participou no ministério de uma reunião do Conselho Militar de Defesa, que abrange oficiais das Forças Armadas, na qual também esteve presente o presidente Michel Temer. O ministro disse que a intervenção não foi tema do encontro.
Mais cedo, houve uma reunião com o ministro da Justiça, Torquato Jardim e os secretários da Segurança Pública de São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais, estados que fazem divisa com o Rio. Após o encontro, os secretários afirmaram que não estão preocupados com a migração de criminosos do Rio de Janeiro para seus estados e que vão intensificar a fiscalização nas divisas por “precaução”. O ministro afirmou ainda que espera que o general Walter Braga Netto, escolhido pelo presidente Michel Temer para ser o interventor, apresente na próxima semana o planejamento da intervenção. O ministro afirmou que, pelas conversas que tem tido com Braga Netto, o interventor deve apresentar o planejamento da operação, prevista para durar até 31 de dezembro deste ano, sera apresentado em entrevista coletiva à imprensa. “Na próxima semana, espero eu, ele estará apresentando, fazendo coletiva, e iniciará, eu diria assim um fluxo de comunicação comum com vocês”, disse o ministro a jornalistas. “Eu creio, pelo o que ele me disse, pela informação que eu tive com ele, sim. Ele fará isso. Está trabalhando intensamente”, continuou Jungmann. Durante a intervenção, Braga Netto tem poderes de governo na estrutura de segurança fluminense, o que inclui as polícias Civil e Militar, o Corpo de Bombeiros e o sistema carcerário do estado. Além da intervenção, que o governo classifica como administrativa, desde julho de 2017 militares das Forças Armadas atuam em operações no Rio, mantidas por um decreto de garantia da lei e da ordem (GLO).

error: Conteúdo protegido !!