A vida de um jovem autista está nas mãos da justiça

O custo e a quantidade de medicamentos, além de outros materiais necessários, podem dificultar o tratamento de Pedro Gandra

Forçado pela dramática situação de saúde de um filho de 14 anos, o gerente de loja de um shopping em Nova Iguaçu, Anderson Magalhães Correia, 38 anos, trocou de profissão para ter tempo de cuidar de Pedro Gandra Correia, que precisa de atendimento especial e medicamentos controlados e muito caros. “Meu menino é autista, com retardo mental e atraso de desenvolvimento psicomotor, apresentando ainda um quadro de epilepsia grave”, justifica o pai.
A situação se tornou ainda pior por causa de uma pendenga na justiça, pela autorização da liberação de recursos necessários e suficientes para a manutenção dos medicamentos e de outros materiais de uso diário e contínuo. “A despesa passa de R$ 2 mil mensais e eu não tenho condições financeiras de arcar com tudo isso e, por esta razão, pedi recursos na justiça, através do Ministério Público, já faz bastante tempo, mas até hoje não obtive resposta”, comenta.
Como gerente de loja e um bom salário, Anderson tinha a uma grande responsabilidade funcional, desde a abertura das portas do estabelecimento, ao acompanhamento comercial no decorrer do dia, até o encerramento do horário permitido no shopping. Isso lhe enchia de preocupação com a saúde do filho Pedro e os horários dele tomar a medicação, além dos cuidados com a higiene pessoal do garoto. Agora, como vendedor de salgadinhos, de loja e loja, no mesmo shopping onde foi gerente, Anderson ganhou tempo disponível para cuidar da saúde do filho, mas a renda não é suficiente para atender todas as necessidades do tratamento do rapaz.
A mão de Pedro também não tem condições financeiras e nem físicas para cuidar de Pedro. “Ela não tem dois pinos na coluna vertebral que a impede de trabalhar e de fazer qualquer tipo de esforço. Por isso recorrei à justiça”, revela o pai do garoto. Segundo Anderson, a orientação que recebeu na justiça foi não tem como ser executada. “Pediram pra que eu fosse comprando os remédios e outros materiais pela internet. Mas isso é impossível. Esse tipo de medicamento é controlado, o qual só é vendido mediante receita”, disse. Sendo assim, ele diz não ter outra opção a não ser o desenrolar rápido da justiça para a liberação dos recursos necessários a manter o seu filho vivo.

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