Eduardo Cunha diz que denúncia é ilação e rejeita renúncia

Deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP) promoveu evento com Eduardo Cunha no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo Foto: Nelson Antoine/Frame/Estadão Conteúdo

Deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP) promoveu evento com Eduardo Cunha no Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo
Foto: Nelson Antoine/Frame/Estadão Conteúdo

O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse ontem em São Paulo que a denúncia feita contra ele é uma ilação e que “renúncia” não faz parte do seu vocabulário. As afirmações foram feitas durante evento da Força Sindical na sede do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo. O peemedebista foi aplaudido e contou com gritos de apoio em sua chegada.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, pediu a condenação de Cunha pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro supostamente praticados dentro do esquema de desvio de recursos da Petrobras investigado pela operação Lava Jato. A denúncia ainda precisa ser aceita pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para que o deputado se torne réu.
O parlamentar afirmou que “não há uma única prova” contra ele e que “a presunção de inocência deve prevalecer no país”. “Nada vai mudar meu comportamento e a forma como estou atuando. Não vou retaliar quem quer que seja”, declarou.
“Ninguém vai me constranger. Não há renúncia. Renúncia não faz parte do meu vocabulário. E não o fará. Covardia também não faz parte. Estou absolutamente tranquilo e sereno”.
O deputado classificou de “muito estranho” o fato de a denúncia começar por ele e de ter ocorrido no dia de manifestações pró-governo pelo país. “É estranho (…) que essa lama tem que ir pro colo de quem não participou (da corrupção), nós não vamos admitir isso”, afirmou. O peemedebista destacou que em 2003 foi denunciado e virou réu no STF e foi absolvido. “Continuo andando de cabeça erguida.”
Ele foi recebido no local com moções de apoio e gritos de “Fora Dilma” e “olê,olê, vamos prender essa quadrilha do PT”.
No auditório em que ocorreu o evento, alguns cartazes faziam menção a conquistas pró-trabalhador ocorridas em matérias colocadas em votação na Câmara dos Deputados, na gestão de Cunha na Presidência da Casa, como o fim do fator previdenciário, o aumento para aposentados, a PEC das domésticas e a correção do FGTS, entre outros. “Esses projetos não foram aprovados por mim, sou apenas o presidente. A Câmara aprovou por maioria e é assim que tem que ser”, disse. E destacou a “independência” proporcionada à Casa com uma maioria agora “exercida e não controlada” pelo Executivo.
De acordo com a denúncia, a Igreja Evangélica Assembleia de Deus intermediou o recebimento de pelo menos R$ 250 mil em propinas ao presidente da Câmara. Cunha é acusado de ter pedido e aceitado o pagamento de US$ 5 milhões em propinas referentes a contratos da Samsung com a Petrobras. (Informações do Estadão Conteúdo)

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