O paradoxo de sofrer por estar sofrendo

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*Ian Merath Reis Almeida

Como lidar com emoções “negativas” sem que elas tomem conta de você? – Você já sentiu raiva de estar com raiva? Ou tristeza por estar triste? Esse “sofrer por estar sofrendo” é mais comum do que parece. Muita gente vive em guerra com o que sente, tentando rejeitar ou reprimir emoções como medo, tristeza ou raiva. Mas, ao fazer isso, acabamos apenas ampliando a dor.

A verdade é que emoções não são defeitos para corrigir. Elas não surgem porque você “decidiu” sentir. São respostas automáticas do corpo às experiências que você vive. E, se olharmos com atenção, veremos que todas carregam mensagens importantes.

A sua bússola interna

Pense nas emoções como uma bússola. Mesmo as mais desconfortáveis têm uma função vital para nos guiar.

  • Medo: protege você diante de um perigo, como um cachorro bravo solto na rua, preparando seu corpo para fugir ou lutar.
  • Tristeza: ajuda a processar perdas e refletir sobre mudanças.
  • Raiva: dá energia para impor limites e agir contra injustiças.

O problema não está em sentir, mas em viver com essa bússola descalibrada.

Quando o alarme dispara alto demais

Às vezes, a resposta emocional é desproporcional à situação:

  • Entrar em pânico por uma crítica leve.
  • Sentir-se arrasado por uma nota um pouco abaixo do esperado.
  • Explodir no trânsito porque alguém te fechou.

Nesses momentos, a emoção — que deveria ser um guia — nos arrasta para reações automáticas que depois nos arrependemos.

Mindfulness: calibrando a sua bússola

A boa notícia é que é possível ajustar essa bússola. O mindfulness (atenção plena) nos ajuda a criar um espaço entre o que acontece e a nossa resposta. Não se trata de “eliminar” emoções, mas de reconhecê-las assim que surgem — sem reprimi-las e sem ser dominado por elas.

Com prática, você aprende a agir com mais clareza e equilíbrio. Por exemplo, ao notar a raiva surgir no trânsito, você apenas observa: perceba a reação no seu corpo, como o fluxo da respiração e a tensão muscular, sinta o contato do volante nas mãos, etc. Essa breve pausa já pode evitar uma resposta exagerada.

O objetivo não é parar de sentir medo ou tristeza, mas acolher essas emoções com consciência, para que elas possam te guiar de forma ajustada à realidade.

Conclusão

As emoções são inevitáveis e essenciais. O caminho para a saúde emocional não é lutar contra o que sentimos, mas aprender a regular essa bússola interna para navegar a vida com mais presença e equilíbrio.

💡 Quer aprender técnicas simples para treinar sua atenção plena e lidar melhor com as suas emoções?
Me acompanhe no Instagram e no podcast Vivendo com Atenção Plena. Lá, você encontra reflexões e meditações guiadas para começar — hoje mesmo — a transformar sua relação com o que sente.

Ian Merath Reis Almeida é psicólogo (CRP 05/79027), formado pela Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA) e especializado em mindfulness. Atua como psicólogo clínico e instrutor de mindfulness, com foco em gestão emocional, saúde integral e autoconhecimento como ferramentas para uma vida mais consciente e plena.

📌 Instagram: @psicologoianmerath – 🎧 Podcast no Spotify: Vivendo com Atenção Plena

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